A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica, causada por uma disfunção do sistema imunológico do indivíduo. Prejudicial para os ossos e articulações dos seus portadores, a AR afeta diretamente a capacidade de trabalho, gerando impacto na economia do país. Estudos europeus indicam que entre 20% e 30% dos portadores de AR se tornam trabalhadores incapazes durante os três primeiros anos do aparecimento da doença¹. Além disso, 66% das pessoas com AR perdem anualmente cerca de 40 dias de trabalho².
“O aparecimento de sintomas da Artrite Reumatoide é geralmente lento. Uma ou várias articulações podem ser acometidas desde o início, sendo que a dor e o inchaço não melhoram com o repouso”, afirma Daniel Feldman Pollak, coordenador do setor de Artrite Reumatoide da Disciplina de Reumatologia do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
A doença atinge principalmente mulheres e aparece entre 20 e 50 anos de idade, levando seu portador a ter dificuldade em executar atividades básicas como vestir, andar, subir escadas e escovar os dentes.
Cerca de 450 milhões de pessoas sofrem de Artrite Reumatoide no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Os principais sintomas são: inchaço das articulações, dor articular persistente, perda de flexibilidade e amplitude no movimento, rigidez articular ao despertar, perda de peso, cansaço sem causa aparente, além de olhos e boca seca.
Suas causas não são totalmente conhecidas, no entanto, fatores genéticos e falhas no sistema imunológico podem influenciar o seu aparecimento. Em geral, a AR começa nas articulações das mãos e dos pulsos de forma simétrica, isto é, muitas vezes, afeta as mesmas articulações de cada lado do corpo. Entretanto, essa doença é considerada sistêmica, alcançando outros órgãos do corpo e não apenas as articulações.
Não existe uma cura definitiva para Artrite Reumatoide, entretanto os tratamentos atuais conseguem manter, em geral, a doença sob controle. Para este fim, é importante realizar o diagnóstico precocemente e iniciar terapias avançadas, que incluem: desde mudanças no estilo de vida, o uso de medicamentos e até cirurgia para os casos mais graves. Vale ressaltar que apenas o médico pode indicar o melhor tratamento ao paciente.
Entre as opções farmacológicas, estão:
analgésicos
anti-inflamatórios atuantes tanto na dor quanto na inflamação
corticoides em baixas doses
medicamentos modificadores da Artrite Reumatoide (DMARD) para retardar o dano articular, que podem ser sintéticos ou os mais novos a agentes chamados de biológicos.
Referências
1. Lee DM. et al. Rheumatoid arthritis. Lancet. 2001;358:903-911
2. Sokka T. et al. Work disability in early rheumatoid arthritis. Clin Exp Rheum. 2003; 21 (suppl.31) 371-S74
TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO
A aplicação da fisioterapia na artrite reumatóide tem as seguintes finalidades: 1) reduzir a dor; 2)conservar ou melhoirar o grau de mobilidade articular;3) conservar ou aumentar a força muscular; 4) previnir ou corrigir as deformidades articulares e os vicios de postura existentes; 5) manter ou aumentar a capacidade do doente para o desempenho das atividades cotidianas. Porém para alcançar esses objetivos é necessário educar o paciente e o cuidador. Para isso é necessário uma explicação com terminologia acessível à leigos, advertir o paciente sobre as dificuldades físicas, psicológicas e sociais causadas pela doença. É indispensável alertar o paciente e o cuidador quais as atividades benéficas ou prejudiciais, além de explicar a necessidade do equilíbrio entre as atividades e o repouso.
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