Médicos e fisioterapeutas paralisam as atividades hoje contra os planos de saúde. A data do protesto foi escolhida para coincidir com o Dia Mundial da Saúde, data criada em abril de 1948 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A iniciativa partiu do Conselho Federal de Medicina (CFM) e ganhou a adesão dos fisioterapeutas pela semelhança das reivindicações. Durante 24 horas não haverá o atendimento de consultas previamente agendadas e apenas casos de urgência e emergência serão atendidos. A movimentação será no Lions Clube de Campo Mourão.
Os representantes do conselho explicaram que esse é um ato para mos
trar que médicos e fisioterapeutas não vai mais se submeter às condições impostas pelas administradoras de planos e seguros de saúde. Os médicos acreditam que os planos de saúde tem interferido muito na autonomia dentro dos consultórios. Segundo eles, a paralisação também beneficiará os usuários dos planos, pois as operadores tem dificultando o acesso a exames e procedimentos hospitalares, além de tentar diminuir o tempo de internação.Entre as reivindicações dos médicos estão o pedido de autonomia profissional, o respeito às condições de trabalho sem interferência dos planos, o estabelecimento de um contrato de prestação de trabalho onde estejam claras as informações sobre formas de admissão e demissão dos médicos, o reajuste de ganhos e de remuneração e a revisão periódica e anual desse reajuste. “Trata-se de um ato em defesa da saúde complementar, da prática segura e eficaz da medicina e, especialmente, por mais qualidade na assistência prestada aos cidadãos”, diz a Carta Aberta a População, que está sendo distribuída pela categoria.
Os médicos ainda colocam que existem convênios que pagam menos de R$ 25,00 por consulta, o que não cobriria os custos operacionais para manter o consultório – entre eles telefone, água e impostos, entre outros.
De 2000 a 2011, os planos de saúde foram reajustados, em média, em 133%, enquanto a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada no período fica em 106%. O valor da consulta, no mesmo período, subiu 44%.
A categoria ainda alerta que caso não sejam cumpridas as exigências de melhoria nos repasses de consultas, exames e outros procedimentos, poderá haver o descredenciamento de operadoras e a interrupção total no atendimento aos pacientes. Estima-se que 60% dos médicos do país, mais de 150 mil, prestam serviços por meio de planos de saúde. Por ano, são realizadas cerca de 223 milhões de consultas e 4,8 milhões de internações por meio de planos de saúde. O protesto tem apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Fenam e da Associação Médica Brasileira (AMB).
Fisioterapeutas aderem à reivindicação
A paralisação de 24 horas nas atividades médicas ganhou o reforço dos fisioterapeutas em Campo Mourão. No último dia 1º de abril, uma paralisação já havia sido realizada em várias cidades pedindo reajustes nos valores pagos pelos serviços prestados pelos profissionais. Naquele primeiro momento, os profissionais em Campo Mourão não haviam aderido ao protesto, mas lançaram um alerta às planos de saúde sobre a necessidade de discutir a remuneração para cada procedimento.
Hoje, junto com os médicos, as 10 clínicas de fisioterapia da cidade fecharam as portas. A fisioterapeuta Raquel Consciane, explicou que os profissionais estarão reunidos no Lions Clube para discutir as ações a serem tomadas a seguir. No local estarão a associação médica e dos fisioterapeutas. Ela informou ainda que foi encaminhado ofício às prestadores informando os motivos da paralisação.
A reclamação deles é que em média as operadoras pagam R$ 6,00 por sessão, preço muito abaixo do ideal. Além disso, ela explicou que as clínicas são obrigadas a pagar impostos muito altos.
Segundo a Associação Paranaense de Empresas Prestadoras de Serviços de Fisioterapia (APFisio), os fisioterapeutas precisam de um reajuste de 200% nos honorários para recuperar as perdas ao longo dos anos. Cerca de 12 prestadoras atuam em Campo Mourão. Aproximadamente 85% dos atendimentos realizados pelos fisioterapeutas são por meio dos planos de saúde.
Planos de Saúde
Em nota encaminhada pela diretoria da Unimed - maior operadora de planos de saúde da região – eles explicaram que a empresa funciona como uma cooperativa e assim sendo, sua relação com os médicos é associativa e não de convênio. “Somos uma cooperativa de médicos, portanto nada mais justo que entre nossas principais preocupações esteja a forma de atuação e remuneração de nossos pares, assim como a qualidade dos serviços que podemos oferecer à população.”
Segundo eles, a área de atuação da empresa também é bastante complexa e por isso, as questões financeiras precisam se levadas em consideração. “A começar pelo ponto de equilíbrio entre qualidade, mínima restrição, custo suportável para a sociedade e remuneração satisfatória a todos os envolvidos”, diz.
Sobre a remuneração eles colocam que trabalham para atualizar seus valores dentro de patamares razoáveis e os médicos estão acompanhando isso. “Em nossos fóruns, inclusive, cada médico-cooperado, tem a oportunidade de sugerir, aprovar e vetar caminhos. É urgente que se discuta o setor saúde sem ideologias, dentro do que é real e do que é possível”, acrescenta a nota.
Fonte :http://www.tribunadointerior.com.br/
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